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quarta-feira, 7 de outubro de 2009

THE NEXT WAVE - Tradução Revista ELLE

Pessoal segue uma matéria sobre a próxima onda de outono inverno da revista ELLE edição americana de setembro de 2009. uma matéria de Whitney Vargas.
Primeiro a matéria original e depois a tradução para quem se interessar




TRADUÇÃO - THE NEXT WAVE - A PRÓXIMA ONDA

Os maiores talentos do outono estão levando a moda em uma direção mais agressiva e ousada. “A moda deve ser de peças bem feitas, confeccionadas para a mulher confiante que atrai a atenção com o seu cérebro e não com o seu corpo” disse o estilista Prabal Gurung. “ É o tempo para os símbolos sexuais dos homens inteligentes”. A revolução feminista acontece agora nas passarelas, impulsionada pela nova geração vanguardista de Nova York. Da alfaiataria andrógena de Tim Hamilton aos guerreiros de couros de Rad Houranis, do contrastante autoconceito de David Delfn influenciado por Helmut Newton aos smokers de Gurung. Os talentos mais deslumbrantes da estação estão indo contra a antiga estética conformista para uma moda mais séria. Eles se identificam mais com roupas mais escuras e com traços de alfaiataria e não gostam nem um pouco do estilo romântico feito da fantasia da mulher ideal. “Existe atualmente alguma coisa de mau gosto em toda essa moda frívola e sem discrição”, disse Gurung, que foi criado em Nepal. Depois de cinco anos na Bill Blass, ele decidiu sair sozinho com uma coleção escultural de “Cocktail dress” que tornam as linhas do corpo mais abstratas ao invés de mais definidas, e sofisticados “daywear” para um estilo um pouco andrógena. Estes estilistas estão criando looks que refletem as mulheres como elas realmente são, com fortes silhuetas, construções agressivas, sem espaços para o embelezamento bobo.


Com certeza, as tradicionais crises econômicas têm um efeito sóbrio na moda – todo mundo, de Coco Chanel a Elsa Schiaparelli tem sofrido com as difíceis épocas econômicas – mas a onda atual dos jovens estilistas é um pouco diferente. Eles chegaram à maioridade durante a moda andrógena dos anos 80 (ternos para mulheres e ombreiras), o minimalismo bege dos anos 90 (estampas monocromáticas e gráficos bem definidos), e um surrealismo da mídia da década passada (heroínas dos filmes de Alfred Hitchcock, nômades do deserto) tudo isso somente para emergir no outro lado do igualitarismo esclarecido. “Em nosso futuro bem próximo, não existirá limitações de gêneros, eu espero desenhar para mulheres modernas, extraordinária e auto-suficiente disse Mário Moya, que estreou sua linha de paletós definidos de Tweed, baseado na misturas de alfaiataria inglesa com os filmes de ficção científica. A boa moda é sem definição de gêneros, isso é simplesmente uma moda maravilhosa”.

“Quisemos focar puramente nos custos porque nós pensávamos que era o que estava faltando”.Disse Deborah Lyons, que junto com Misha Nonoo, lançou a marca Nonoo Lyons, uma linha de casacos com cinturas afinaladas e jaquetas de ombros pontudos para o outono. “Nós olhamos totalmente para moda masculina, porque ela é bem restrita no que se tem pra vestir e por isso a moda masculina está nos detalhes”.Baseado nos figurinos literários a coleção delas inclui, Karenina com golas altas e inspiração militar, Lolitas de Tweed azul e peplum, Jany Eyre de “Car Coat”.

Outros estão ficando com fortes silhuetas andrógenas e às vezes uma gama de cores quase totalmente preta para mostrar uma dramaticidade nas roupas. Para a coleção Nihilista de Hourani que ele descreve como assexual, atemporal, vinda de nenhum lugar, sem tradição, o estilista mostrou na passarela, níveis de malhas feitas de lã de filhotes de alpacas em cima de blusas geométricas, como armaduras sem pesos, com leggings de couro. “Minha coleção é prevista como unisex então, espero atingir pessoas que estão além do critério demográfico clássico, quem aprecia uma certa sobriedade”, disse o estilista nascido na Jordânia. Tim Hamilton que ganhou este ano o prêmio de melhor estilista da “Council of Fashion Designers of Américas” da moda masculina, baseou sua coleção da moda feminina na sua própia mãe, porém com blusas transparentes de uma manga só e saias armadas estilo techno que não podem ser consideradas como uma velha dama. “Eu quis fazer alguma coisa mais minimalista do que eu achei que já existia para as mulheres”.Influenciado pelo construtivismo gráfico de Wiener Werkstatte, Hamilton desenhou casacos com duas fileiras de botões e vestidos bem plissados de Jacquard com ombros esculpidos no estilo anos 30.

Se as últimas estações foram difíceis curso de caricaturas femininas, estilo Verônica Lake e Helena de Tróia, este outono demonstra roupas poderosas para mulheres da vida real. Talvez as silhuetas simétricas de David Delfin lembrem os desenhos de Hussein Chalayan – Tecidos acolchoados para alterar as silhuetas, franjas estilo maquinas para lavar carros – mas a última coleção do espanhol é inspirada na fotógrafa Diane Arbus, a realista suprema. Tecidos acolchoados? Na verdade, é simplesmente o exagero de um paletó prático que pode ser usado para trabalhar no escritório ou em bailes. E as franjas? São usadas sobre um vestido de Jersey de mangas longas.

Mesmo eles que lançaram coleções abertamente sexuais, como Moya, o fizeram com a atual mulher na mente. “Eu foquei na exploração natural multifacetada de caráter da verdadeira mulher, dela mesma, seu auto-ego, da parte dela que depende totalmente da paixão”, disse o estilista, antes modelista de Zac Posen, que mostra sua especialidade nos vestidos com formas de ampulhetas feitos de twill e nos ternos com mini-saias. Diante de tudo que vimos, se fazemos roupas para mulheres, quem ainda quer interpretar o papel de uma flor num vestido longo de chiffon? Isto é o de menos, bem-vindo a resistência, não tenha nenhuma aproximação dos prisioneiros da moda.

Whitney Vargas

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